terça-feira, outubro 30, 2007

Tudo sobre as relações amorosas no século XXI

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4 comentários:

IM disse...

Pois, este é um tema e tanto...os casamentos, relações de facto e afins, padecem do mal-estar do século XXI. E que mal-estar é esse? É o vazio. As pessoas não amam o Outro; amam-se a si próprias, querendo que o Outro seja uma continuação de si mesmas. Só que o Outro é Outro e, como tal, irredutível. O namoro é o namoro, em que cada um ao fim do dia vai para sua casa e em que se partilha o copo da escova de dentes de vez quando, numas férias ou nuns românticos fins-de-semana fora. Mas a vida do dia-a-dia não se compadece dessa falta de autenticidade. O dia-a-dia é feito de rotinas, contas para pagar, horários a cumprir e o cansaço de horas a fio num ram-ram estúpido. Só mesmo o Amor (verdadeiro...há outro?) pode sobreviver a toda essa tormenta...mas esse implcia a acietação do outro como Outro, implica o respeito pela diferença e a capacidade de se olhar para além do próprio umbigo. Mas as pessoas só vêem no outro o seu reflexo que, quando tocado, é substituído por um mais fidedigno à imagem distorcida de si mesmo. Por isso, os casamentos e todas as relações do longa duração só podem sobreviver quando para além de saber fazer a sopa, também se é sexualmente desinibida e quando para além de bom pai de família, se conseguem arranjar uns trocos para umas férias paradisíacas. Todavia, para que não sobrevivam simplesmente, no limite da mediocridade e do comodismo, é preciso aceitar a possibilidade real de, muitas vezes, nem apetecer fazer a sopa e estar cheia de inibições e ser um péssimo pai, sem paciência, que quer levar a malta para o campismo. Se tivermos a capacidade de ver no Outro alguém que é a pessoa real com quem decidimos passar a nossa vida, então ainda é possíovel fazermos parte daquele número restrito de casais que permanecem juntos mais de 10 anos...

g. disse...

Há muito tempo que não lia comentário tão acertivo! Gostei particularmente do "pior pesadelo da publicidade" - algo ser feito para durar!
IM, estou contigo e não abro! O pior é às vezes conseguir perceber que tipo de "diferença" estamos preparados para aceitar...Qual será a diferença onde nos encaixamos melhor?...

artur disse...

Já não há quem saiba fazer uma boa sopa... ;)

Anónimo disse...

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