Flirt – Ui ui que é tão bom ou como conseguir arranjar maneira de nos metermos num belo molho de bróculos
É daquelas coisas, o flirt, que todos fazemos quase inconscientemente, uns mais outros menos, uns melhor outros pior, mas de facto já todos fizémos. E é tããããão bom. Pode até não dar em nada, ser apenas entendido como um hobby, um engate ligeiro, uma troca de piropos, uma maneira agradável de passar um tempinho divertido com outra pessoa que alinha no jogo, pode ser a vontade não concretizada de confessar o inconfessável ou uma atracção passageira que nos massaja o ego. Por outro lado, pode ser o início de alguma coisa mais séria, o acordar de algo que estava dormente, o nascer de uma paixão forte ou uma maneira de ultrapassar a barreira inicial entre desconhecidos. Pode acontecer num bar, na rua, nos transportes, na net, no trabalho, no ginásio ou numa loja. Quando queremos ou quando não estamos à espera. Com quem escolhemos ou com quem não estava nos planos. Solteiros ou comprometidos. Mais inocente ou quente que ferve. Seja como for sabe mesmo muito bem quando acontece recíprocamente. Vicia, contagia, anima, alegra, entusiasma. Tem todo um conjunto de regras não escritas (ou neste caso parece que as escreveram) que são seguidas numa cumplicidade não verbalizada. Leva-nos aos píncaros quando a faísca dispara ou até à dura realidade quando termina. A questão é fazer com que corra bem, que seja agradável para os envolvidos e que (às vezes não dá mesmo para evitar) não nos meta num grande molho de bróculos, numa salgalhada incrível, num berbicacho dos diabos. Mas se tem pernas para andar ou se nos “distraímos” é tão fácil isso acontecer... quando damos por ela a brincadeira ficou mais séria, mais intensa, cegos pela chama da paixão, surdos pelo canto da sereia já não sabemos parar, já não queremos sair... estamos apanhados num vórtice de emoções, numa espiral vertiginosa que não nos deixa pensar no que estamos a fazer e puff fez-se o chocapic... já não temos o controlo de nada! Só queremos mais e mais e mais e só podemos esperar que tudo corra pelo melhor neste mergulho, perdida a razão e a lucidez que nos diziam para não nos metermos nessa, que aquilo nunca vai dar certo, para fugir dali a sete pés... mas, vendo bem, desde quando é que a razão e a lucidez são para aqui chamadas?! ;)
11 comentários:
Eia, tema quente, este! Hummm...
é assim: basicamente, tudo o que disseste é verdade e não se lhe pode acrescentar grande coisa, mas dá para dar uma achegazita, não dá? Eu cá tenho o vício de conversar...ehehehhe...
O flirt, naquilo que originariamente é, envolve magia e, para além de toda a crítica social e valorativa que se lhe possa fazer, enquanto tal ele parece "inócuo". Todavia, num instante, aquilo que era fonte de bem-estar, alegria, boa disposição, ego levantado, auto-estima nos píncaros, e até um verdadeiro exercício de inteligência (entender as indirectas, saber ler nas entrelinhas, adivinhar o não dito de um olhar...) se pode transformar em algo mais sério e aí complica. E complica porque o flirt é um jogo onde a única regra é não deixar passar disso mesmo, mas como disseste, num instante nos deixamos levar pelo calor, pela adrenalina, pelo prazer de jogar e deixar jogar e damos por nós face a algo que já ultrapassou o controle, que já não está nas nossas mãos...vulgo, "entornou-se o caldo". Oooops...e agora? That is the real problem...
Na realidade estamos todos sujeitos ao flirt e às consequências mais ou menos boas que tudo isso pode trazer...e como tudo começa? Sem nos darmos conta ou, então, sem não querermos dar conta. Um olhar, um comentário, uma empatia que se gera e assim começa. O Alberoni fala disto, de uma maneira muito simples e interessante, em "Enamoramento e Amor". Acho que de uma forma ou de outra o flirt deixa marcas, quanto mais não seja, faz-nos ver algumas situações de forma diferente. E quanto mais mistério, melhor. Penso que o flirt se alimenta, sobretudo, do não-dito, do que é sugerido para ser interpretado, transformado em outra coisa (ou não) e que é potenciado por duas carcaterísticas: inteligência e intuição, ou seja, quero com isto dizer que se as pessoas em causa possuirem ambas estas duas características, temos um verdadeiro molho de bróculos, cheio de tempero e acompanhamentos. Todavia, quanto mais molho de bróculos, mais emoção e, como bem disseste, a razão não é para aqui chamada! Os bróculos não se compadecem com racionalizações. Quando racionalizamos já não temos bróculos...pelo menos frescos..temos qualquer coisa como um enlatado de legumes que não sabe a nada...
Bem, já chega de estar para aqui com estas dissertações, certo? Eu sou chata como o'raio, irra? Será que não tenho emenda? Bolas! Se calhar gosto de me ouvir ou nasci com o botão no "On" e não dá para desligar...enfim...sorry for the loooonnng post!!
IM
LOL... sem stress. Se há coisas para dizer é dizê-las aqui sem limites de espaço! Não cobramos à linha! ;)
Bróculos, couves lombardas, alhos porros, beringelas, courguettes, pepinos, tomates cereja, batatas, cenouras, pimentos, ervilhas, milho, abóbora menina, zucchinnis, alface, repolhos, rúcula, cebolas, salsa, oregãos, feijão frade, aipos, nabos... há vezes em que saltam do saco sem aviso e vêem todos juntos por aí fora, num tropel vegetalo-leguminoso prontinhos para nos cilindrar...
Mas eles que venham! Não tenho medo de ninguém! Quantos são? Quantos são? Vai tudo para a sopa, para o wok, para o refogado ou para a salada!!!
E ainda a propósito da conversa que eu e a Arroz estivemos a manter no post "Ralações", aqui trata-se de um mergulho, como disseste, em que inclusivamente saltamos sem "mini-colete"!! Não porque não o tenhamos connosco só que o entusiasmo é tanto que nos esquecemos e saltamos assim, feitos tolos mal pensando que nos espera, possivelmente, uma factura e uma fractura! Mas que se lixe, certo? Faz-se um crédito pessoal e põe-se gesso!
IM
Esse é o espírito certo do flirt!
O efeito bola de neve que leva tudo à frente! No final fazem-se contas aos danos... ;)
eheheh..estás mesmo numa onda de "A Revolta dos Legumes", ou "O Molho de Bróculos"!!! ehehehehe...e quem é o realizador?
Ainda bem que posso escrever sem me cobrarem à linha...é que isto do Holacusto não tá fácil..ehehehe...
Um alerta para os legumes:
Bróculos: têm de cozer muito pouco tempo; couves lombardas: se não forem pequenas e fresquinhas são duras como o diabo e azedas...; alhos porros: muito fortes; beringelas: dieteticamente difíceis de trabalhar pois cruas não sabem a nada e fritas, aborvem imenso óleo; courguettes: primas frustradas da abóbora; pepinos: muito indigestos e originam uns arrotos impossíveis de bafo indescritível; tomates cereja: uma coisinha que nem dá para comer nem dá para enfeitar; batatas: muito vulgares; cenouras: tirando raras excepções sabem mal embora tenham bom aspecto...a regra aqui é, quanto melhor o aspecto, pior a cenoura; pimentos: excelentes,mas também indigestos; ervilhas: muitos hidratos de carbono; milho: idem; abóbora menina: tem uma utilização limitada, basicamente, doces; zucchinnis: não sei o que é essa coisa...; alface: óptima,mas fica-se sempre com fome; repolhos: o mesmo que a couve-lombarda; rúcula: muito apimentada; cebolas: uma boa opção desde que não sejam rouxas; salsa: dura pouco fresca...perde propriedades facilmente; oregãos: para as pizas e para o tomate, basicamente; feijão frade: nem sabe a feijão, nem sabe a lentilhas; aipos: só nas resvistas de dietas...sabem mal que se fartam e são diuréticos porque a malta depois de os comer só bebe água para ver se passa aquele saber horrível; nabos: deixam fiapos na sopa,como unhas....lolollol
ehehehehe....ai os nabos, os nabos...
IM
Bom, depois desta aula de culinária fiquei sem saber o que come uma vegan...
Na vertigem entre o flirt e a "paixão", a razão e a lucidez estão lá mas são como aquele "mini-colete de salvação", que é tão pequeno que não serve para nada. Quando elas aparecem na sua forma mais viçosa, de facto, ou o molho de bróculos já se desfez e já faz parte da nossa horta (a coisa correu bem) ou então os bróculos deixaram de ter sabor (a coisa correu mal)...Quando queremos realmente SENTIR fechamos (temporariamente) a razão e a lucidez à chave e... olha que se envolvam em lutas de morte ou que cantem cantigas de embalar para se adormecerem mutuamente...Quando elas se libertam da gaiola é, basicamente, porque deixámos de sentir, porque não queremos sentir ou, last but not least, porque temos MEDO de sentir. A indisponibilidade e o MEDO são armas letais contra emoções.
Por mais que seja inevitável fechar a razão na gaiola, uma pitadinha dela para temperar os bróculos não seria mau. Até para evitar feridos na batalha. Os bróculos merecem respeito, caramba! O pior é chegar à GRANDE ciência dessa receita - uma ciência que exige tudo em doses certas e que as emoções (muitas vezes) desconhecem. Se calhar ainda bem que desconhecem...Provavelmente não passariam de emoções pré-preparadas. Emoções de "gosto" adulterado, mas com menos "feridos". E agora? Agora "você decide"...
Quando abri este post para comentar, não estava cá nada...Nenhuma converseta. Entretanto o telefone tocou várias vezes e escrevi o post só tendo lido o 1º comentário da IM. Só que até parece que tinha lido o resto. É que o leit-motiv do "mini-colete de salvação" é precisamente o início do meu post. Sintonia! Lol!
Ah! Concordo absolutamente com o sabor horripilante do aipo! Cá para mim, numa próxima ocasião, vou mas é fechá-lo com a razão e a lucidez na gaiola. E depois sempre quero ver como se amanham os três! ;)
ok...eheheh...acho que num outro contexto poderia explicar o que come uma vegan!...Uma coisa é certa: come bróculas! E viva os bróculos que, como diz a Arroz, nos merecem todo o respeito!!!
eheheh
Ai...não são "bróculas"!!!!! eheheheh..(eu ando com uma gaffes dignas de uma leitura psicanalítica...)!! São mesmo "bróculos"!!!!
ehehehehe
fico à espera da explicação, então. ;)
E bibó belo bróculo!
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