quarta-feira, agosto 04, 2004

semelhanças

"A arte de julgar"
É um livro escrito por um juiz francês chamado Garapon. Este livro que me foi recomendado por um juiz de direito velho e sem ilusões com o Homem estabelece uma comparação curiosa. Apresenta as semelhanças entre o ritual religioso e o ritual judiciário. As semelhanças são tais que acho que foi a leitura desse livro e o olhar cínico desse velho juiz, que pôs termo à ilusão que tinha no Direito. Recomendo vivamente aos que se interessem pelas traves mestras da sociedade em que vivemos que assistam a uma audiência de julgamento e que depois se enfiem na primeira igreja que encontrarem. É uma revelação. Para mim foi. Só para exemplificar eis as semelhanças mais claras. A entrada para uma igreja faz-se através de portas: duas laterais e uma central. Nos tribunais também. Nos tribunais existe uma teia que separa os actores judiciários do publico. Nas igrejas também. Quer nos tribunais quer nas igrejas a pessoa mais perto do sagrado ( uma peça de arte e Cristo respectivamente) é o responsável pelo ritual. Na verdade, agora que penso nisso só vejo uma diferença entre os padres e os juízes: a cor da farda.

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