Estranhos tempos
Estranhos tempos, estranha democracia. Estranho país em que os cidadãos têm que fazer umas léguas marítimas para águas internacionais para fazerem o que querem ao seu corpo e ao que está dentro dele.
Os serviços da "Women on Waves" (WoW) não serão seguramente requisitados por um dos grupos que faz abortos em Portugal: o das meninas-bem cujos papás gostam de papar óstias e querem a "intervenção" feita sem que ninguém saiba. (se assim não fosse teriam que deixar de se manifestar publicamente contra o aborto)
O alvo da organização deverá ser então o resto do mercado português do aborto. As raparigas das clínicas de vão de escada e das que não sendo de vão de escada (aqui no centro há uma famosa em Oliveira do Bairro, se não estou em erro) sempre prestaram esse serviço sem grandes problemas. Mas aqui temos um problema: se a WoW prestar o serviço gratuitamente estará a prejudicar fortemente a economia portuguesa. Se se fizer cobrar, com o que estas raparigas podem pagar, não terá dinheiro nem para o combustível do barco. Não se prevêm dias fáceis para os marinheiros, neste cantinho à beira mar. A não ser que as turistas inglesas, amigas do ZéZé Camarinha, queiram, pelo sim pelo não, garantir que daqui a nove meses não estará a Grã-Bretanha cheia de putos de farfalhudas bigodaças...
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