Compramos un coche?
O Público noticia hoje que serão harmonizados os preços-base dos automóveis na Comunidade Europeia. O facto não é novo e é inevitável. Nas condições actuais, esta medida representaria um significativo aumento dos preços para os consumidores (para o caso de um carro de gama média, de muitas centenas de euros), devido ao facto de o preço dos automóveis antes de impostos, ser, em Portugal, mais baixo do que a média comunitária.
Mas esta medida deverá ser acompanhada de uma efectiva abertura territorial do mercado europeu, permitindo que qualquer português vá a Badajoz e compre um carro ao mesmo preço do que os espanhóis, que, por sinal, os compram hoje muito mais barato que nós. Ou que o vá comprar à Suécia ou à Grécia, pagando os impostos no país da compra, como acontece, aliás, quando se compra um iogurte ou um fato noutro país, mesmo que se coma ou vista, respectivamente, em Portugal.
Se assim for, ninguém mais comprará carros em Portugal, até que o governo baixe o nível dos impostos para o mesmo valor dos espanhóis. Acabará, assim, um longo período em que os governos portugueses tributaram de forma inadmissível quem compra um carro.
Se assim não for, a situação será escandalosa.
A responsabilidade de fazer acontecer esta abertura total é da recém-criada Autoridade da Concorrência. Esperemos que esta esteja atenta e operacional e que o Governo não caia na tentação de tentar adiar esta medida o mais possível, de forma a garantir ainda mais alguns meses de receitas ao nível actual.
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