segunda-feira, novembro 07, 2005

Paris, Texas... Lis boa... merda?

O grande erro francês foi ter dado educação aos jovens dos subúrbios. Os meninos cresceram sabendo ler e escrever, e viram como vivem os "outros". E perceberam que para que os "outros" tenham grandes casas, grandes carros, grandes festas e grandes férias, alguém tem que viver nos bairros pobres e passar dificuldades. E revoltaram-se.
O grande erro francês foi não ter seguido o exemplo brasileiro. No Brasil os jovens miseráveis não sabem ler nem escrever e acreditam que o mundo acaba no fim da sua favela. Vivem a 500 metros da mais obscena riqueza mas não se revoltam. Não sabem como vivem os "outros". E os "outros" vivem em paz, nos seus condomínios fechados. E os turistas estão felizes, nos seus resorts de luxo e voltam a cantar maravilhas das suas férias.

Os portugueses nada têm com que se preocupar. Os jovens nos nossos subúrbios sabem ler e escrever. Sabem ver a diferença entre a Amadora e os condomínios fechados da linha (ao estilo brasileiro). Mas as revoltas e as revoluções não estão no sangue lusitano. Se dependesse dos portugueses nunca teria havido um 25 de Abril. Viveríamos em paz, a dizer mal de uns vermelhos que por aí andavam, a escrever na net. Íamos à missa ao domingo pedir perdão dos pecados e saúdinha. Uns viviam na opulência e os outros na pobreza. E estaria no poder um qualquer sucedâneo de Salazar, tipo Sócrates ou Durão, mas quem mandava verdadeiramente era um tipo com o perfil do Jorge Coelho.

Existiu mesmo um 25 de Abril?

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