segunda-feira, novembro 28, 2005

João Deão 40


Exterior, noite, Avenida da Liberdade. O trânsito, cobrão vermelho para quem vai, e branco para quem vem, está parado. Os reflexos das luzes dos carros duplicam-se no chão molhado, triplicam-se nos vidros das montras e fazem caleidoscópios nos pára-brisas, nos retrovisores e nas chapas dos carros. Os semáforos passam de vermelho a verde.Ironicamente. Os escapes fumam. Pacientemente. No eixo geométrico, entre o vermelho e o branco, a rapariga vai passando pelo meio desta massa orgânica a latejar. Desvio de um espelho aqui, equilíbrio ali. Numa gincana infantil chega aos restauradores. Até ao Rossio, serão mais dois minutos.

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