Selecção: nacional ou não completamente?
A Gabardina, como todo o bom português, gosta de bola. Chega mesmo a não se abrir pelos jardins e parques do país em noites de grande jogatana.
Não poderia, portanto, deixar de se pronunciar sobre o actual momento da nossa selecção.
O problema da equipa, parece-me claro, não é o treinador (campeão do mundo e competente como poucos), não é a qualidade dos jogadores, não são as condições de treino nem do relvado. O problema é falta de trabalho em campo.
O problema não é de hoje. Há muitos anos que é assim. Mais precisamente, desde a década de oitenta que assim é...
Depois de muito pensar no assunto, cheguei a uma conclusão: quando penso nos grandes momentos da selecção (incluindo as selecções jovens) portuguesa, penso no Figo, no Rui Costa, no Sá Pinto, no João Pinto, no Carlos Manuel, no Jordão, no Néné, no Chalana, no Humberto Coelho...
Por que razão, penso eu, jogadores como Fernando Gomes, Rui Barros, Futre, Fernando Couto, Baía, e mesmo Sérgio Conceição, Paulo Ferreira, Domingos ou Jorge Costa nunca jogaram na selecção o que jogavam ou jogam nos seus clubes? Qual é a característica comum a estes últimos jogadores? Será possível que a partir de meio da década de 80 se tenha instalado em determinado sítio uma cultura de "não te esforces muito na selecção, porque quem te paga somos nós"?
Pode ser que eu esteja enganado, mas este jogo contra a Espanha pareceu confirmar esta pequena teoria da conspiração. Não concordam?
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