Internet: regulação ou liberdade total?

Circulam na internet várias versões do caso "Casa Pia". Desde as politicamente direccionadas (que afastam suspeitas de todos os arguidos do PS e acusam quatro ou cinco e políticos ligados ao actual governo) a sites que tentam ganhar credibilidade através de um número de carteira de jornalista.
A verdade é que todas estas histórias, se pensarmos um pouco, merecem pouca credibilidade. Se a tivessem, estariam publicadas nos jornais do país ou a abrir os telejornais. Isto partindo já do princípio de que as polícias não teriam interesse em ouvi-las.
Mas esta situação vem pôr a nu algo de que muito se fala, mas que pouco se discute com seriedade, pelo menos em Portugal: a oportunidade mediática, aliada à impunidade do anonimato, que a internet oferece.
Devo dizer que perdi alguns minutos a pensar nesta questão. Como se regula a informação que circula na Internet? E quem a regula? Deve e pode haver uma "censura" dos conteúdos colocados on line?
Penso que não pode nem deve. Agrada-me esta situação. Agrada-me este pedaço de sociedade não policiada (ou, pelo menos, não totalmente "policiável"). Claro que haverá sempre gente mal intencionada a espalhar histórias que lhe convém espalhar. Mas a regulação tem que ser nossa, e neste caso eu regulo não fazendo links para sites em que não acredito. Provavelmente demoraremos alguns anos até que a sociedade perceba exactamente qual o lugar desta internet, mas não me parece que haja outro caminho.