Da doce dança da sedução
Uma vez mais sinto a força que me dá vontade para me levantar dos escombros onde me encontrei no final de mais um desmoronamento emocional?
Desta feita o sismo foi menor, nada comparável ao terramoto de 2003/4, que destruiu quase tudo? A técnica de construção é agora outra, mais lenta, mais cautelosa, daí que os estragos tenham sido meramente materiais, sem vítimas a lamentar.
Recomposto, embarco de novo em mais uma viagem com destino incerto. Céu ou inferno? Ou apenas um passeio curto pela mediocridade das relações de plástico, construídas num instante, periclitantes, fugazes, que se esfumam sem chama, sem glória?
Aperto o cinto ao sentir o nervoso miudinho, os suores frios, a excitação quase febril que anuncia a presença de um novo interesse amoroso! (Se calhar é só gripe)
Fico sem conseguir respirar; apetece-me saltar, gritar; penso no que devia dizer, uma frase interessante num tom calmo e cool mas sai-me um comentário bacoco sobre o tempo numa voz enguiçada e engasgada. Os nervos traem-me. A dúvida da reciprocidade angustia-me.
Mas, sem saber como, dou por mim absorto pela visão de um rosto, preso no som de uma voz, ansioso por dar aos outros sentidos uma hipótese de se enamorarem?
Será desta? A espera mata-me?
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