quarta-feira, agosto 30, 2006

Horóscopo (edição de 30/08/06)

Amor: Há por aí muito. É escolher: do próximo, fraternal, familiar, divino, conjugal, físico, platónico,... Enfim...depende dos gostos e da disponibilidade!

Dinheiro: Dirija-se ao multibanco mais próximo. Veja bem se não é daqueles armadilhados. Insira o cartão. Digite o código. Consulte extracto. Caso o saldo o permita, levante a improtância pretendida. Retire o cartão et voilá!!!

Sorte: A sorte de uns é o azar de outros! Certifique-se que está do lado certo da frase.

Família: Irá perder um membro da família, perdão, alguém da família perderá um membro, perdão, um membro perder-se-á da família...peço desculpa pela imprecisão mas o éter hoje está uma desgraça

Cozinha: Mau dia para grelhados por influência de Marte...Saturno impede a massa dos bolos de subir...O melhor é jantar fora!

Post multifunções

É um "revival". É parolo. É engraçado.
A um minuto não é lá, mas é perto. Estar a um minuto da anestesia desejada, sem necessidade de substâncias legais ou ilegais, é o suficiente para que aconteça algo tão estranho como lembrar-me do Mikel Erentxu.


Mikel Erentxun-A Un Minuto De Ti

Llegaré, solo hasta el umbral.
¡Qué puedo perder!
Me atreveré, cuento un paso más.
No soy como tu.

A un minuto de ti, voy detrás de ti.
A un minuto de ti, te seguiré.

Voy a arder, braceo en espiral,
me vuelvo a repetir.
Saltaré, planeo en derredor
no soy como tú.

episódio 3

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terça-feira, agosto 29, 2006

Previsão do estado de espírito:

Tcham tcham, tcham tcham, tchararam. Tcham tcham, tcham tcham, tchararam. Tchararam tchararam tcham tcham. Etc ? (Vivaldi ? Quatro estações).

(com a participação imaginária da voz de Anthímio de Azevedo)

Previsão do estado de espírito:

Boa disposição limpa ou pouco nublada. Riso em geral fraco (inferior a 20 gargalhadas/h) predominando do quadrante piada fácil, soprando moderado (20 a 35 gargalhadas/h) de noroeste no trocadilho litoral, durante a tarde, temporariamente de sudoeste no Sotavento aparvalhado. Pequena subida da alegria máxima. Neura matinal.

A norte do Cabo Carvoeiro: Ondas de tédio de noroeste com 1,5 a 2 metros. A sul do Cabo Carvoeiro: Ondas de paixão de noroeste com 1 a 1,5 metros.

Deixe ver se eu percebi o raciocínio

Defendemos a baixa dos salários, incluindo do meu e do seu?

Álcoois IV



E um dia... chega o dia. O dia em que fazemos a pergunta. A derradeira. A última. O que é que gostavas de ser e não és? O que é que querias ter e não tens? De que é que tens inveja? Quanto fiz esta pergunta, eram 08:00 da manhã de uma terça-feira de Março, acabava de ser expulso de uma discoteca da moda e, talvez por isso, a resposta foi desde logo clara.

Eu, inveja, tenho dos que conseguem pedir uma cerveja às sete da manhã como se tivessem passado a noite a beber suminhos e aguinhas. Tenho inveja dos que a essas horas e, às vezes mais tarde, pronunciam todas as sílabas na frase: "Queria uma imperial". Ou, que dizem gabarolas "se faz o favor", e terminam com na maior bazófia num "muito obrigado" límpido.

Suspiro por uma cena assim. Sete da manhã. Dia aberto, "Pode servir-me uma última cerveja, se faz o favor? Aqui tem o meu cartão. Obrigado, e continuação de uma muito boa noite de trabalho para si". Porque às sete da manhã... às sete da manhã...arrasto os pés para o bar, seguro-me ao balcão, semi-cerro os olhos, e atendem-me por piedade. Depois não falo: aponto, e tiro o cartão todo vincado e molhado, deixo-o cair no chão, e a empregada vem ao lado de cá para que me não estatele. Recebo o copo, beberico sonoramente, fecho um olho e volto para a pista. Às vezes levo Cola porque falhei no apontar, outras vezes levo um sorriso cínico da rapariga do balcão e uma vez veio um tipinho ter comigo no final.

1 livro; 1 filme; 1 album; 1 site

edição de Agosto:

L: Kafka à beira-mar
F: Donnie Darko
A: Ópera do Malandro
S: www.imdb.com

segunda-feira, agosto 28, 2006

Ideia de Negócio


O penso higiénico Noddy

Jingle:

Abram alas para o Noddy
Noddy!
No seu carro amarelo
Abram alas para o Noddy
Noddy!
O dia vai ser tão belo!

domingo, agosto 27, 2006

Consultório Sentimental do Prof. CATARSE

É com um sentimento misto de fiambre e queijo que aqui inauguramos este espaço de assistência técnica para o diagóstico e tratamento das maleitas da alma. Amores perdidos? Encontrados e perdidos outra vez? Nódoas de amor que não saem quando lavadas na máquina? Nutre sentimentos por aquela vizinha do primeiro andar mas não sabe como expressá-los? Acalenta desejos inconfessáveis ou fetiches delirantes que nem às paredes confessa? Nada tema! Agora há exalo!! Uma pastilha, um difusor, liga-se à corrente e já está!!! Perdão... Jingle errado. Nada tema! O Professor está online, à escuta. Deixe o seu comentário e em breve receberá inestimáveis pérolas que o guiarão pelos sinuosos caminhos do coração!

Em que posso ajudar?

sábado, agosto 26, 2006

Da doce dança da sedução

Uma vez mais sinto a força que me dá vontade para me levantar dos escombros onde me encontrei no final de mais um desmoronamento emocional?

Desta feita o sismo foi menor, nada comparável ao terramoto de 2003/4, que destruiu quase tudo? A técnica de construção é agora outra, mais lenta, mais cautelosa, daí que os estragos tenham sido meramente materiais, sem vítimas a lamentar.

Recomposto, embarco de novo em mais uma viagem com destino incerto. Céu ou inferno? Ou apenas um passeio curto pela mediocridade das relações de plástico, construídas num instante, periclitantes, fugazes, que se esfumam sem chama, sem glória?

Aperto o cinto ao sentir o nervoso miudinho, os suores frios, a excitação quase febril que anuncia a presença de um novo interesse amoroso! (Se calhar é só gripe)

Fico sem conseguir respirar; apetece-me saltar, gritar; penso no que devia dizer, uma frase interessante num tom calmo e cool mas sai-me um comentário bacoco sobre o tempo numa voz enguiçada e engasgada. Os nervos traem-me. A dúvida da reciprocidade angustia-me.

Mas, sem saber como, dou por mim absorto pela visão de um rosto, preso no som de uma voz, ansioso por dar aos outros sentidos uma hipótese de se enamorarem?

Será desta? A espera mata-me?

sexta-feira, agosto 25, 2006

Felicidade Esfuziante VS Insanidade Suicida

Decorreu ontem no estádio Bairro Alto pelas 23 horas mais um confronto entre estas duas equipas que tantas boas partidas nos têm proporcionado.

As equipas alinharam de início com os seus onzes titulares:

FE - Boa Música, Companhia, Copos, Alegria, Amigos, Conversa Amena, Pézinho de Dança, Bom Ambiente, Cenário Aprazível, Piada Fácil, Gente Bonita.

IS - Neura, Depressão, Solidão, Raiva, Copos Demais, Mau feitio, Más memórias, Mau ambiente, Má música, Conversa da treta, Tédio.

O terreno encontrava-se nas melhores condições para a práctica do convívio e da interacção social, factor que veio a revelar-se determinante para o fluir da partida.

Desde o início que a Felicidade Esfuziante dominou a seu bel-prazer as operações, chegando a uma vitória folgada bem patente em três momentos chave:

- (infelizmente não temos imagens deste primeiro lance)
- Aquele gajo ainda agora estava na parede do Napron!
- Olha a Rua da Emenda... -Sabes, não era para ser assim, mas...

Pela qualidade patenteada, parece que iremos assistir ao início de um ciclo de vitórias da FE!!

O mundo, a democracia e a vontade de rir no Século XXI

Centenas de totós fechados num anfiteatro votaram a retirada do estatuto de planeta a Plutão. Está certo.

meta-blog

Há sete anos tentámos os três fazer um jornal. Falhámos por falta de fundos.

Há mais de três anos dois de nós descobrimos uma maneira gratuita de escrever em público.

Agora é tempo de o terceiro elemento se juntar a nós.

Achamos que faz sentido acrescentar diversidade. Surpreender a cada abertura da Gabardina.

Mas esta mudança não vem sózinha. Mudámos o template e os textos passam a ser "assinados".

Estamos ansiosos para ver como se comporta a Gabardina com todas estas mudanças.

Desejamos boas vindas e bons textos a quem chega de novo. Todos os textos assinados por AT são da nossa responsabilidade.

Continuamos a abrir a Gabardina sempre que podemos. O prazer é o mesmo. O pudor é cada vez menor.

Até à tua próxima espreitadela

artur

tcravidao

quinta-feira, agosto 24, 2006

O custo da bondade

"A bondade - acrescentou a pequena Mrs. Pennycoop - não custa nada.
- E em geral, minha querida, é avaliada exactamente a preço de custo..."
in O custo da bondade - Jerome K Jerome

Bolsa de valores

A bolsa de Lisboa fechou esta quinta-feira em queda, ainda que ligeira, a contrariar as principais praças europeias que estão maioritariamente em alta. O PSI20 perdeu 0,06% para os 9.898,81 pontos.

A penalizar esteve sobretudo a vergonha na cara que fechou a desvalorizar 0,63% para os 3,15 euros. A vergonha anunciou que vai reduzir a actual participação na comunicação social de 30% para uma percentagem não superior a 5%, até 31 de Dezembro de 2006.

No sector financeiro, o peso pesado esperança que as coisas melhorem caiu 0,42% para os 2,36 euros, enquanto os bons sentimentos perderam 0,17% para os 11,94 euros e a sacanagem avançou 0,52% para os 5,84 euros.

A travar maiores perdas esteve a tristeza com ganhos de 0,51% para os 9,81 euros.

A fada dos dentes, presidente executiva da operadora, quer criar uma holding chamada esquizofrenia para unir a loucura e a religião, como medida anti-OPA. Por outro lado a Concorrência quer, caso seja aprovada a oferta, que o rato Mickey venda a rede cobre.

A decisão da Concorrência ainda não foi tomada, no entanto, ontem terminou o prazo para as empresas interessadas na compra de activos que «sobrem» da possível concentração sonhos e expectativas se pronunciarem.

O Olimpo respondeu que a concentração dos dois grupos deve ser chumbada e considera os «remédios» apresentados pela AdC inadequados.

A subsidiária da operadora de telecomunicações, a Tristezas da Vida, derrapou 0,52% para os 9,55 euros.

No vermelho ficou ainda a paixão que recuou 0,21% para os 4,82 euros, enquanto a casa mãe o amor fechou estável nos 1,26 euros.

Nota final para a quarta empresa com maior peso no índice nacional, a Corrupção Activa, que trepou 0,75% para os 8,07 euros, mas ainda assim insuficiente para impulsionar a bolsa nacional.

No resto da Europa, o dia encerrou em alta, à excepção do YMCA.

Nos Estados Unidos, as emoções fortes seguem a transaccionar em queda, com o ódio irracional a perder 0,19% e a xenofobia a recuar 0,31.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Início de funções

Comunicado de imprensa:

Em nome do consórcio de personalidades adiante denominado por CATARSE, segue-se uma nota introdutória sobre esta nova entidade que irá comunicar através deste blog com alguns escolhidos. E escolhidos como, poderão perguntar. Ao que se responde:

As condições de acesso são: qualquer ser dentro do universo daqueles que sabem, podem e querem ler esta língua, têm acesso à Internet, equipamento informático adequado e em boas condições de funcionamento, olhinhos (pelo menos um) ou receptor visual equivalente, dedinhos (pelo menos um) ou qualquer outro apêndice equivalente para clicar no rato (ouvi dizer que também funciona soprando por uma palhinha).

CATARSE:

Durante os próximos tempos, algumas das diferentes personalidades que compõe esta sociedade irão por aqui aparecer. Hoje, após longas horas de debate calmo e sangrento, foi decidido que seria esta a fazer as honras da casa nesta estreia. Qualquer uma das outras faria igualmente um bom trabalho, estou certo, mas, por motivos vários e pela influência de alguns fármacos, emergi para vos saudar.

Fascinantes iguarias verão a luz dos monitores pela primeira vez, fazendo as delícias da pequenada!

Frases, quadras, estórias, críticas, devaneios, consultório sentimental, horóscopo, jogos, sugestões, informações úteis, ?

Com o passar do tempo, ?só vos queria dizer que ouço vozes na minha cabeça e que elas não gostam de vocês? , desculpem esta interrup, ?ora sejam bem-vindos a mais uma sessão espírita, patrocinada por Criptas Aleluia ? O seu t0 para a vida? eterna! ?, Assim não dá. Estava combinado que era eu! Estejam calad?, ao almoço ao jantar e à ceia coma carne de baleia!!!, Mãe estou aqui! Não empurrem porcos! Oinc! Oinc! Sangue, sangue, sangue, sangue?, wefwfpd fhwefi, - xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Bom, estão-me aqui a dizer da régie que não há condições para continuar, e por isso devolvo a emissão ao estúdio.

Álcoois I I I

Confesso. Queria embebedar-me. Muito. E estava devidamente sozinho num bar, e precisava de fazer alguma coisa para continuar a beber e meti conversa com a primeira rapariga que me apareceu à frente. E se me pagasses uma cervejita? Esbugalhou os olhos, torceu o nariz e franziu a testa.

Como demorasse a reagir, disse. Desculpa, estava brincar, pensava que eras outra pessoa. O que eu queria era um Gin. Tónico. Podes ir buscar? Fomos ao bar ela pagou-me um, e eu paguei-lhe outro. Linda e maravilhosa era garrafa de onde sairiam ainda mais dois para os nossos copos. Conversamos, melhor, ela conversava e eu bebia, e às vezes acenava com a cabeça. Depois de nos ser sido recusado o terceiro Gin -ainda que prometêssemos ser o último- pensei: ou me piro já para casa, ou se quero continuar a beber tenho de a beijar já. Beijei-a. Nada a dizer. Escalope na medida certa, fricção labial frouxa ao inicio, mas forte no final. Impecável. Apetecia-me... mais... uma cerveja. Pedi. E depois mais duas. Saímos, e fomos, creio que de mão dada, a um barzinho onde há sempre sofás vermelhos livres, música ao vivo e um dos melhores Gin tónicos que conheço. Sim, fomos mesmo de mão dada, pois recordo que já no bar, larguei a mão dela para pagar o Gin. Aí, ela pendurou-se no meu pescoço, encostou-me ao bar e imprimiu-me este chupão, onde, agora, passo dois dedos. Não fora a frescura divinal do Gin e pelo chupão, tinha-a deixado ali.

Passaram os hits do Verão de 67, as putas de 89 e os chulos de sempre. Como os meus lábios já passavam mais tempo com os lábios dela que com um copo de vidro, e como as minhas mãos já estavam há mais tempo nas costas dela que a fazer sinal ao empregado para trazer mais uma cervejita, decidi que era tempo de ir para casa.

Creio que nos beijamos mesmo até eu abrir a porta. Entramos. Então, com a segurança, de quem sabia perfeitamente como é que a noite ia acabar, disse: menina, as casas são todas iguais, estás à vontade, podes dormir onde quiseres... Fui ao frigorífico, tirei a ultima cerveja e sentei-me na mesa da cozinha. No exacto momento em que o nível da cerveja passou o letering "SuperBock", apareceu-me a alminha da rapariga de cuecas à entrada da cozinha. Confesso que já me tinha esquecido que a tinha em casa, e pensei: "mas que raio está a fazer uma rapariga semi-nua à entrada da cozinha?". Disfarcei a surpresa e disse: "Das duas uma: ou estou mesmo com os copos e já me ia deitar, ou estou mesmo com os copos e já me ia deitar". Levantei-me, enchi um copo com água, passei por baixo do braço dela, afaguei-lhe as costas e disse: "Põe um trapo no pêlo que ainda agarras uma constipação". A seguir, dormi 13 horas.

terça-feira, agosto 22, 2006

Álcoois I I

04:45. Estava sentado num banco alto junto ao balcão. Comia uns pistachios iranianos quando um tipo, com uns copos a mais se aproximou e me cumprimentou efusivamente. Não o conhecia. Ele dizia que sim. Perguntou-me o que estava a fazer, onde morava, se conhecia este e aquele sítio. Respondi que estava a beber uma cerveja, que agora morava no bar e que não, não conhecia nem desejava conhecer os sítios de que me falava. Passaram umas maminhas e o tipo desandou. Mas a verdade, é que parei de beber, fiquei sóbrio, e o empregado trocou-me os deliciosos pistachios da antiga Pérsia por milho frito no novo mundo. È o que acontece a quem dá conversa a tipos com uns copos a mais.

05:15. Um bêbado barrou-me o caminho à entrada da casa-de-banho. Prendeu-me o braço com força, puxou-me para ele, e da cara inchada da bebedeira saiu um perdigoto que mergulhou no meu whisky e, que eu podia salvar do afogamento, pois caiu em cima de uma das três, digo três pedras de gelo. Mas não salvei. Do meio da saliva e do hálito a pipa de vinho mau, disse que era a primeira noite que passava sem a mulher. Ela deixara-o, por um colega de trabalho, e ao que parece era uma relação que já vinha de trás. Sujei os ouvidos por dentro e por fora, magoei o braço e perdi a vontade de ir à casa-de-banho. È o que acontece a quem tem de suportar tipos bêbados.

06:30. Danço com o que penso ser o último copo. Alguém me toca nas costas. Foi o João. Copo cheio e baço do frio. Aspecto de quem acabou de tomar banho. Não o via há - seguramente- 2 anos, porém não houve nem os abraços efusivos dos tipos que bebem uns copos a mais, nem as grandes gafanhotadas dos bêbados deprimidos. Pois esses dois anos eram bem menos importantes que o consumo excessivo de álcool. É o que acontece quando se encontra um companheiro alcoólico.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Quero blogs que tresandem a bifanas, e que fedam a caril.

Quero blogs plenos de gindungo. Abruptos. Com pêlos nas ventas. Decididos. Urgentes: fundentes.

Quero blogs de olheiras onde se cozem as bebedeiras, onde diabinhos perdem ao xadrez com freiras.

Blogs de chulos cornudos e de putas de faca e liga. Blogs com tesão, com verga e lubrificação. Blogs onde se arrisque a vida e se percam membros. Blogs onde se beba o último copo, onde se jure fidelidade e se prometa a eternidade.

Blogs profundos e leves. Portáteis, íntimos, longos.

sexta-feira, agosto 18, 2006

quinta-feira, agosto 17, 2006

Olha que... que...

O Estado português faz bem o papel terceiro-mundista de cobrador-do-fraque.
Não lhe ficava mal fazer o papel de pessoa de bem, honesta e que paga atempadamente as suas dívidas. Mas para isso já vamos tarde...


Vivo num Estado em que me é cobrado IRS e segurança social; segurança social à minha entidade patronal por conta do meu salário; IVA em tudo o que compro a uma das taxas mais altas da União Europeia; em que os carros são mais caros do que nos outros países e isso acontece por causa do imposto automóvel; onde ainda pago imposto de circulação; onde auto-estradas que em Espanha seriam gratuitas são pagas a peso de ouro; onde os combustíveis são mais caros do que em Espanha e isso acontece por causa dos impostos; num estado cheio de assessores, deputados, autarcas e governantes desqualificados, pagos principescamente; em que para se ser funcionário público é preciso ser filho ou amigo de alguém com influência; em que o défice das contas públicas é altíssimo mas abundam os motoristas, as secretárias e os estagiários; em que os concursos públicos (nas raras ocasiões em que são feitos) são viciados e já ninguém se dá sequer ao trabalho de os contestar; em que por um lugar num infantário se paga uma fortuna; em que a Câmara Municipal da cidade em que vivo demora mais de um ano a pagar aos seus fornecedores; em que os funcionários públicos enchem os corredores das instituições sem nada para fazer; em que se acena constantemente com a falência da segurança social; em que quase nada é bem feito, falta sempre um papel, há sempre mais uma dificuldade e uma chatice para quem usa os serviços públicos; num Estado que não paga nunca a horas e que muitas vezes cria dificuldades a quem tem dinheiro para receber.

Vivo num Estado podre, sem dignidade nem vergonha na cara. É esse o Estado que quer moralizar o sistema, publicando listas de devedores às finanças e à segurança social? Como dizia o nosso amigo Marco do Big Brother: Olha que... que... FODA-SE!!!

Cinema Reprise 1

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quarta-feira, agosto 16, 2006

Álcoois

Eu nunca engatei uma gaja numa discoteca. E sei que nunca vou engatar: sóbrio não entro em discotecas, alegre, o ritual entedia-me, bêbado, prefiro dançar e, muito bêbado não me deixam entrar. Porém, ontem, tentei.

E de repente, enquanto tocava com o harpejar da pontinha dos meus dedos as ondas desordenadas do som e da luz, censurei a vergonha de olhar uma desconhecida nos olhos e, postei-me à frente dela.

Dancei, dancei e continuei a dançar. Olhei-a nos olhos, invadi o espaço social de distância e tentei acertar os movimentos dos meus ombros, com o ondular da cintura dela. Não consegui.

Então a gaja avança em direcção ao meu ouvido e põe a mão em cima do meu ombro. Eu fecho os olhos, para me concentrar em absoluto nas primeiras palavras. Já não te vi em algum lado? Nunca a vira. Juro. Mas dado o contexto, percebi que não devia entender a pergunta literalmente e devia perceber que aquilo era apenas uma desculpa para começarmos a conversar.

Precisava de uma resposta à altura da coragem dela para quebrar as barreiras do desconhecimento. Uma resposta forte, uma resposta total. A resposta perfeita. A resposta que dispensa toda a conversa supérflua. A resposta profunda mas simples, banal mas única, biunívoca mas certeira.

És tão boa que até chupava o polegar do teu ginecologista. Seria a resposta adequada? O inicio de uma carreira de engate em discotecas? O Graal dos engatatões? Aproximei-me, coloquei a mão na cintura, rasei-lhe os lábios e segredei-lhe ao ouvido: És tão boa que chupava o dedo grande do pé ao teu ginecologista.

E passou Shakira, Madonna e creio que U 2, e só no meio da música seguinte a rapariga respondeu. Eu também estou a fazer isto pela primeira vez. E sorriu. Então, perdi a vergonha de a olhar nos olhos, de invadir o espaço de distância social e de lhe falar ao ouvido. Agora, as ondas que captava com o harpejar dos dedos tinham o mesmo ritmo que os meus ombros e a cintura dela sincronizados.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Também o texto entra a gosto

O mês de Agosto é o mês dos blogs. Para quem escreve e para quem lê. Quem escreve porque podendo fermentar ideias, pode, escrevendo menos, escrever mais. Para quem lê porque tem outro tempo. Um tempo que resulta da leve perversidade que sente quem está a trabalhar no mês de Agosto. Uma perversidade, uma reserva mental, um olhar que esconde a superioridade moral de quem às quatro da tarde, no exacto momento em que a R T P transmite a subida à torre, está frente ao Excel. E é esse olhar de soberba moral que também o é de abertura ao mundo, que convém muito a quem escreve. Pois sabe que alguém o vai ler com uma certa transformação no olhar.