segunda-feira, fevereiro 28, 2005

PPD PSD PSL.


O PPD/PSD não são dois, são três.
No PPD militam os que, depois do 25 de Abril, de peito aberto e com coragem, recusaram a transformação de Portugal na ponta de lança do estalinismo no Atlântico. São políticos de fibra e intelectuais honestos. Homens de convicção. Respeito-os. No PSD militam os que, depois do 25 de Abril e percebendo que a liberdade era boa para o negócio e não se revendo na culpa da esquerda em ser proprietário, aproveitaram para melhorar as suas condições de vida. São homens de trabalho. Pragmáticos que querem subir na vida (férias no Algarve, neve, jipes e motas de água). Acreditam no mercado quando são eles que o controlam, e pedem ajuda ao estado em nome dos trabalhadores que empregam. A lei é um obstáculo ultrapassável. Estes, considero-os pela vida de trabalho e critico-os, por serem responsáveis pela violação contínua do que os criou: o principio da igualdade garantido pela lei. E depois há o PSL. O Partido Social Liberal. Este é formado pelos filhos do PSD. Os filhos que nunca arriscaram o coiro e que se alguma vez trabalharam foi nas empresas dos papás ou nos serviços públicos em que estão apenas pelo facto de serem filhos ou enteados de quem são. São barrigudos e mexem-se bem na burguesia. Discutem pouca politica, quase não lêem livros e chegam sempre atrasados. Têm-se a si próprios como elementos essenciais do futuro de Portugal. Dizem querer seguir o caminho da imitação: fazer o que o PPD/PSD fazia. Mas não conseguem porque são ignorantes. E é isto que os caracteriza: a douta ignorância. A estes: um varrimento com vassoura de pêlo grosso.
Estes três em dois até poderiam ser um só, se de facto algo os unisse. Mas o PPD acha que o PSL é populista e incompetente, o PSL legitima-se com o PPD, e o PSD não diz nada porque está à espera que Cavaco volte. Das eleições sairá o vencedor e espero que a formação de dois novos partidos.

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