Verão não é Verão sem falar de futebol
Muitos especulam sobre o efeito dos gases de estufa para explicar a instabilidade do clima e este Verão da caca que temos tido. A minha teoria é bem mais prosaica, sendo, todavia, perfeitamente cabal na relação causa-efeito: faltou a leitura dos desportivos ao fim do dia na praia. Tradição de tempos imemoriais, ficou este ano arredada do panorama por falta de férias (apesar dos fins de semana, o adágio "o que hoje é verdade, amanhã é mentira" desse ícone futebolístico do bom tempo, Pimenta Machado, não se compraz com uma leitura esporádica - exige dedicação diária dos 3 jornais para não perder pitada e as 5 a 10 contratações da praxe quase, quase certas). Para não se perder tudo, fica a análise dos grandes sem que tenha visto sequer um joguinho de amostra, leia-se pré-época:
SCP: Boas e cirúrgicas contratações, com o habitual recurso a portugueses, jovens e retornos a casa. Alguns serão flops, outros certezas em ascensão mas o grupo está melhor que no ano passado, pelo menos no meio campo. Defesa é o ponto mais fraco. Ataque é incógnita, ainda que um bom momento do Yannick (detesto) disfarce a ausência do Liedson e as peças novas do Derlei ainda não tenham enferrujado. Moutinho e Veloso falaram demais e resta saber se irão, eles próprios ou o clube, pagar por isso.
FCP: Estranha pré-época com saídas grandes e entradas esquisitas. Grupo desequilibrado e em vias de perder um desequilibrador (no bom e no mau sentido, de facto ou apenas mentalmente). Laterais são o ponto mais fraco da defesa (sempre houve um trauma com laterais para aqueles lados). Ataque forte (ou não tenha lá um Hulk) mas sem concorrência para Lisandro. Meio campo Lucho-dependente e sem pivot defensivo. Treinador é, claramente, o mais fraco dos três e isso vê-se nas contratações e na falta de garra na táctica montada para a Supertaça.
SLB: Mais um ano, mais uma renovação. Esta parece-me melhor que as anteriores (tanto nas saídas como nas entradas e também no treinador escolhido) mas, como sempre, exige-se tempo para ganhar rotinas que a rotineira exigência de títulos normalmente não permite. Meio campo muito (e bem) reforçado. Defesa é ponto mais fraco (à direita e retirando, inclusivamente, Katso do meio campo, pelo menos até regressar David Luís). Ataque é incógnita apesar do bom momento de Cardozo, Di Maria (em Pequim) e promessas de Urreta (falta Aimar como deve ser, integrar Reyes e virá ainda Luís Garcia?).
Será, certamente, um campeonato mais equilibrado e Braga, Vitória de Guimarães e Belenenses mantém aspirações a serem os bravos do pelotão.
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