domingo, agosto 24, 2008

A atracção do Verão

Sem cair nos abusos de rebarbamento masculino, é possível apreciar condignamente a beleza feminina como ela merece. Mais ainda quando o torcicolo ou a ginástica para a boa práctica da observação é justa e merecida. Se há bons motivos para perder o controlo do automóvel, para deixar as compras esparramadas pelo chão ou esbarrar de tromba num poste é a passagem de uma digna representante do género feminino. Dá gosto ver uma miúda, rapariga ou mulher que sabe potenciar as suas qualidades sem se exibir, conseguindo o efeito pretendido de deixar os miúdos, rapazes e homens (não necessáriamente por esta mesma ordem) a babar com ar perdido. O olhar (de pescoço torcido em angulos anatomicamente pouco recomendáveis) é o mínimo louvor que se pode ensaiar, dispensando-se o ar ordinário de quem fazia e acontecia (e tantas vezes depois se ficam pelas intenções), mas orlando a cara com um sorriso (um pouco aparvalhado por vezes, admita-se) e/ou proferindo umas quantas palavras elogiosas criteriosamente escolhidas (principalmente no timming) pode contribuir-se para uma bem merecida massagem ao ego de alguém. O esforço (que não é pouco, dadas as limitações e dores que provocam os saltos altos e as armações metálicas dos soutiens, as horas e dinheiro gastos em maquilhagem, cabeleireiro e roupa, as dietas loucas e a tortura do ginásio e da depilação) para se ser apreciada tem de ser apreciado! Por mim falo, que vivi uma adolescência em que as raparigas pouco diferiam em vestuário dos rapazes e quase nada exibiam a sua feminilidade (sem culpas próprias que anos volvidos sobre a estúpida moda da altura algumas estão aí para as curvas - e que belíssima escolha de palavras). Não escondo do que gosto e gosto de saias. Gosto de vestidos. Gosto de decotes. Gosto de formas reveladas ou intuídas. Tudo com gosto e critério de quem sabe que não há perfeição completa (salvo aquela para quem os meus olhos não se cansam de olhar mas admito, nesse particular, falta de isenção) e potencia pontos fortes, escondendo as fraquezas.

Para mim, longe dos ideiais de beleza clássica ou da lascividade do quase nu, gosto de um look casualmente descontraído, até alternativo, mas com algum requinte de quem sabe tratar de si e tem confiança nas suas qualidades. Quando salpicado por um sorriso de derreter pedra, um porte elegante, uma pele morena, cabelos revoltos e pelo cheiro certo (tão importante!), está encontrada a fórmula mágica! Eu, pelo menos, já verifiquei várias vezes e o resultado é sempre o mesmo: noves fora, tu!

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