quarta-feira, julho 19, 2006

Sobre a falência da Segurança Social

Considere-se um indivíduo que:
ganha 1000 euros por mês;
descontará para a segurança social dos 30 aos 65 anos;
viverá até aos 80 anos.


E uma segurança social que:
consegue, em média, taxas líquidas de 5% para as suas aplicações (baixas tendo em conta o volume de dinheiro que gere);
recebe 34,75% dos rendimentos dos trabalhadores.


Os descontos do primeiros mês de trabalho do indivíduo (347,5 euros), 35 anos e um mês depois, quando ele receber o primeiro mês de reforma, terão sido transformados pela segurança social em 1925 euros. O mesmo acontecerá com cada um dos restantes meses.

Supondo que o indivíduo receberá de reforma 1500 euros por mês (tenho sérias dúvidas que seja tanto), sobram por mês 425 euros dos descontos deste contribuinte médio.

Quando ele morrer, a segurança social continuará a receber 1925 euros por mês, durante 20 anos, o que completará, sem juros, a quantia de 539.000 euros. Somando-lhe os 425, 14 meses por ano, durante os quinze anos que receberá a reforma, temos um lucro total para o sistema de 628.250 euros. Mais de 125 mil contos.

Considere-se uma taxa de desemprego média de 10% e baixas que representem 3% do total do mercado. Sejamos benevolentes com os assessores e considere-se que os custos administrativos ascendem a 7% do sistema. Estes custos somados representariam 20% do dinheiro que a segurança social teria disponível para pagar ao reformado ao longo dos 35 anos. Ou seja, 188.650 euros.
Do lucro do sistema sobrariam ainda 439.600 euros. Por contribuinte médio.

A segurança social está falida? Não tem viabilidade?
Vai um PPR?