A palavra mais odiosa
Portugal era um país de gestores. Foi-o até um ex-director da General Electric ter vindo cá palestrar e ter interrompido essa palestra para explicar, a alguém que lhe tinha feito uma pergunta, que sinergias é uma palavra horrível. A plateia, até aí certamente embevecida, como é hábito e de bom tom, terá ficado chocada.
Foi o tirar de tapete a toda uma geração de engenheiros, advogados, médicos, farmacêuticos e gestores-propriamente-ditos, que se julgavam os melhores gestores do mundo porque utlizavam a palavra a cada três frases.
O que nos vale, para não ficarmos sem empreendedores, é que os nossos gestores são muito pró-activos e rapidamente encontrarão uma alternativa para a maldita palavra.
O regresso aos tempos do cash-flow é pouco provável. O downsizing está ultrapassado. A competitividade já não convence ninguém. Produtividade e racionalização enchem a boca mas não o ego.
Eu proponho uma expressão que ouvi recentemente numa conferência e que me pareceu encher de forma extraordinária o ego de quem a proferiu. Avaliação on góing (pronunciado góing). A nossa economia precisa urgentemente de avaliações on góing. É verdade, enche boca e ego e, para além do mais, dizê-lo é CLASSE!
2 comentários:
Outro termo já usado mas bem é a opção por estratégias win-win.
O win-win é muito bom, desafiando até teorias filosóficas ancestrais, mas os pensadores estratégicos são assim mesmo, challengers!
O óngóing também se afigura uma estratégia vencedora, embora eu preveja que a dinâmica dessa análise requeira uma viatura de serviço do segmento premium para o analista.
Ontem, enquanto eu preenchia uma papelada assumidamente burocrática e pouco própria de uma organização moderna - o workflow ainda não convenceu as minhas chefias - um cliente sentado à minha frente solicitava ao seu sócio a sua expertise na resolução de um problema na sua moderna empresa.
Foi um momento bonito.
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