Essa saudade que eu sinto
de tudo o que ainda não vi
Legião Urbana - Índios - Acústico MTV
de tudo o que ainda não vi
Legião Urbana - Índios - Acústico MTV
Posted by Anónimo at 30.6.06 1 comments
Nunca comprei cebolas. Tenho medo. Muito. Queria um quilo de cebolas. Eis a frase que nunca pronunciei. As cebolas são tanto. Eis o preço que nunca escutei. Ontem estive quase, quase, mas mesmo quase, quase para comprar um daqueles sacos pequenos de rede com cebolas dentro. Peguei-lhe, meti-o no carrinho de supermercado e avancei para a caixa. Mas, como só tinha as cebolas para pagar, achei que a rapariga da caixa podia desconfiar que estava ali a tentar a resolver um problema pessoal. Abandonei o carrinho entre duas promoções de bolachas e fugi. Corri, corri e corri. Parei numa bomba de gasolina para comprar água e reparei que também ali já se vendem cebolas. Que claro não comprei. E voltei a fugir. Fugi toda noite e cheguei onde escrevo agora. Um promontório sobre um mar calmo que comove. Vejo as linhas das ondas, umas pessoas humanas e escrevo. Escrevo, porque sempre assim foi. Adeus.
Posted by Anónimo at 28.6.06 0 comments
Repartição de finanças. Último dia para a entrega do modelo F. Um funcionário tem à sua frente uma longa fila em espiral. Atende uma velhinha. Era para entregar. Sente-se minha senhora. Gustavo abre a porta de alumínio da repartição desembestado, ostenta na mão direita uma guia verde. Quer impugnar a liquidação do imposto e está no último dia do prazo. Sinaliza devidamente a sua marcha de urgência. Poderá ultrapassar a fila pela direita e apresentar-se ao funcionário? Deve parar a marcha e aguardar a sua vez correndo o risco de perder o prazo? Pode fazer valer o seu estatuto de peão, e atravessar na passadeira frente à velhinha que como se sabe é um veículo motorizado e que por isso o terá de o deixar passar?
Posted by Anónimo at 27.6.06 0 comments
Suponhamos, que num corredor da urgência do hospital de S. João no Porto, ocupado dos dois lados por macas com doentes, durante o pico de uma epidemia de gripe se dá a seguinte situação. Maria, recém-formada e a realizar o internato geral, transporta um velhinho que tosse convulsivamente (um vermelho no sistema de Manchester). João, médico em pré-reforma, transporta calmamente uma senhora prestes a parir. Embatem frontalmente a meio do corredor. Questões: quem devia ter cedido passagem? Será que estamos perante um dos casos previstos para o estacionamento em segunda fila? Justificava-se a sinalização sonora do sentido da marcha? Ou este encontro resultou directamente da negligência grosseira do médico que devia ter levado a parturiente para o segundo andar?
Posted by Anónimo at 26.6.06 1 comments
O que é que o Jorge Perestrelo teria gritado ontem?
Posted by Anónimo at 26.6.06 0 comments
que publiquei as fotografias deste video na Gabardina. A blogosfera mudou. Espero que o resultado seja o mesmo!
Posted by Anónimo at 26.6.06 0 comments
Rotunda de acesso ao refeitório do hospital. À minha direita um politraumatizado em missão de urgência para o raio-x. À esquerda tenho uma apendicite em manobra de ultrapassagem a um ataque cardíaco em desfibrilação. À frente, o director do serviço de ortopedia que já está de saída, pois só veio ao hospital almoçar. A quem devo dar prioridade na passagem?
Posted by Anónimo at 23.6.06 2 comments
É maravilhosa a inocência de uma criança que se atira de cima de uma mesa para os nossos braços porque nunca a deixaram cair no chão.
Também eu gostava que ela nunca caísse.
Mas não é suposto que ela chegue a uma idade em que consegue imaginar a consequência da queda? Em que pelo menos não goza com dor de quem caiu? Em que não acredita que nunca cairia?
Posted by Anónimo at 22.6.06 0 comments
É um dos fenómenos das transmissões televisivas deste mundial: de Diamantino a Inácio, tudo o que é repórter ou comentador chama PiLRo ao Andrea PiRLo.
Se o desgraçado do rapaz jogasse a defesa direito ainda se arriscava a ser carinhosamente tratado por "o Bilro italiano".
Posted by Anónimo at 20.6.06 0 comments
Hoje o Presidente da República está cá na terra. Toda a gente que é gente está incontactável.
Posted by Anónimo at 20.6.06 0 comments
Há os que falam dos seus carros caros e potentes. Há os que se vangloriam das suas conquistas amorosas. Há os que não conseguem calar as vitórias profissionais.
Nos blogs e nesta época do ano os mais comuns são os que não conseguem esconder que compraram para cima de uma tonelada de livros na feira dos mesmos.
Palminhas! Palminhas!
Posted by Anónimo at 16.6.06 2 comments
A alegria, apesar de incontronável, pode ser uma porcaria.
Posted by Anónimo at 15.6.06 0 comments
a chuvada monumental que cai do outro lado da janela - a segunda do estilo numa semana de fim de Primavera - eu até podia acreditar nos tipos que há meio ano nos entravam pela sala dentro a garantir que Portugal se estava a transformar num deserto...
E assim? Passamos a lago? Compramos as barbatanas e o fato de mergulho? Alteramos os nosso comportamentos para contribuirmos para o aquecimento global e tentamos evitar esta tragédia?
Posted by Anónimo at 13.6.06 0 comments
O Infiltrado é um bom filme. Conta, a par de um enredo de acção, a história de um homem que enriqueceu negociando com os nazis durante a II Guerra Mundial e que passou o resto da vida a tentar redimir-se, sem prescindir do dinheiro que ganhou. A questão é actualíssima: Pode haver paz de espírito ou felicidade quando se constrói - uma carreira, uma relação ou uma vida - sobre um erro inicial? Depois do pecado feito e do objectivo conseguido basta pedir perdão e continuar como se nada tivesse acontecido?
Como se diz num grupo de rádios que eu cá sei: já agora, vale a pena pensar nisto...
Posted by Anónimo at 8.6.06 1 comments
Perto da marquesa, com a pergunta mais filosófica que se pode fazer debaixo da língua, o estagiário aperta com os dedos a traqueia roxa do ucraniano. "Dr. Benway" agarra com as duas mãos os dedos do estagiário e ordena-lhe com a ferocidade de quem está prestes a descobrir o que pode matar um homem, que lhe alcance o bisturi. Aberto e exposto o canal orgânico, "Dr. Benway" retira com uma pinça a causa da morte de tão grande homem. A asfixar o Ucraniano de 34 anos, estava uma grossa rodela de chourição da cor que os pombos desenvolvem se esmagados pela roda de um camião de brita e queimados por quatro dias de sol de Verão. O chouriço era da marca Sicasal e tinha ervas especiais, escreveu no reltório da autópsia.
Posted by Anónimo at 8.6.06 0 comments
Causa de morte, ou o que é que é preciso para matar um homem? Eis a segunda pergunta mais filosófica na lista das pergunta mais filosóficas. A questão -desse calibre- é colocada por um "Dr. Benway" do Instituto de Medicina Legal. Há um cadáver, uma causa de morte desconhecida e por isso, uma autópsia a fazer. Pretende-se descobrir o que fora capaz de tirar a vida ao hercúleo ucraniano de 34 anos. Estraçalha as costelas, escopro na calote craniana, vísceras ao ar. Nada. Pesa o fígado, corta o cérebro, analisa o coração. Nada. Foram causas naturais, foi o destino, apagou-se, pensava o médico velho e farto de ter de encontrar forma de dizer isto mesmo num formulário para o tribunal. Então, um recém-licenciado, estagiário, não remunerado a tirar fotocópias na sala de espera do necrotério, aproxima-se da marquesa...
Posted by Anónimo at 7.6.06 0 comments
Para que ao fim e ao cabo haja um pouco de decência nisto tudo, espero que os alunos que tiveram de ir à embaixada espanhola fazer exames para entrar em medicina em Espanha, não penduram bandeiras de Portugal à janela. Mais, espero que os licenciados a que foi prometido um emprego, depois de tirarem um curso, também optem por não as exibir. E os que sempre confiaram nos concursos públicos, e os que sempre vão às consultas externas dos hospitais, e os que sempre gastam 3 horas no I C 19, e os que sempre acreditaram que a liberalização dos combustíveis os ia tornar mais baratos, e os que sempre votaram na não subida dos impostos. Estes: os "sempre os mesmos" em vez da colchas verdes e vermelhas à janela, ou as bandeirinhas nos carros, coloquem um trapo preto: símbolo de um Pais que recusamos para os que virão.
Posted by Anónimo at 5.6.06 1 comments
Portugal era um país de gestores. Foi-o até um ex-director da General Electric ter vindo cá palestrar e ter interrompido essa palestra para explicar, a alguém que lhe tinha feito uma pergunta, que sinergias é uma palavra horrível. A plateia, até aí certamente embevecida, como é hábito e de bom tom, terá ficado chocada.
Foi o tirar de tapete a toda uma geração de engenheiros, advogados, médicos, farmacêuticos e gestores-propriamente-ditos, que se julgavam os melhores gestores do mundo porque utlizavam a palavra a cada três frases.
O que nos vale, para não ficarmos sem empreendedores, é que os nossos gestores são muito pró-activos e rapidamente encontrarão uma alternativa para a maldita palavra.
O regresso aos tempos do cash-flow é pouco provável. O downsizing está ultrapassado. A competitividade já não convence ninguém. Produtividade e racionalização enchem a boca mas não o ego.
Eu proponho uma expressão que ouvi recentemente numa conferência e que me pareceu encher de forma extraordinária o ego de quem a proferiu. Avaliação on góing (pronunciado góing). A nossa economia precisa urgentemente de avaliações on góing. É verdade, enche boca e ego e, para além do mais, dizê-lo é CLASSE!
Posted by Anónimo at 2.6.06 2 comments