Eu já fui um pessimista
Há dois anos eu era um pessimista. Hoje os outros são tão pessimistas como eu era. Mas isso foi a única coisa que mudou. Vale a pena recordar este texto de Outubro de 2003, no dia a seguir ao Sr. Governador do Banco de Portugal, que ganha mais de 19.000 euros por mês, ter ido ao parlamento dizer, pela enésima vez, que este ano ainda será mau mas para o ano teremos retoma:
Por um
Portugal T
A economia é uma daquelas áreas que, no último século, os especialistas se esforçaram por complicar a ponto de que ninguém a perceba.
No entanto a maior parte dos seus mecanismos é de bastante fácil compreensão.
Estávamos no início do século XX e já Henry Ford percebia que para o seu famoso Modelo T ter sucesso era fundamental que os trabalhadores que o construíam ganhassem suficiente dinheiro para o comprar. Para além de parecer ridiculamente óbvia, esta condição é absolutamente justa.
Hoje, um século depois do sonho de Ford tornado realidade, há um pequeno país no ocidente da Europa que ainda não percebeu isso. Portugal ainda não percebeu que não é um país economicamente viável enquanto os portugueses não o puderem comprar. É hoje claro que é mais caro viver em Portugal que viver em Espanha. As casas, os carros, os supermercados, os restaurantes... tudo é mais caro em Portugal. A diferença é que nenhum espanhol tenta viver mensalmente com 360 euros...
Os portugueses têm que perceber que enquanto o salário mínimo nacional não for, a preços de hoje, de cerca de 600 euros, o país não vai sair de uma crise mais ou menos profunda, mas que se arrasta há dez anos.
Precisamos de um Portugal T. Transparente. Tranquilo. Transformado num país desenvolvido.
(onde se lia dez, leia-se agora doze)
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