quinta-feira, junho 30, 2005

Who cares? ou A história da minha tarde

A maturidade da dívida pública na zona euro parece convergir para os 6 anos e a dívida indexada à taxa de inflação tem ganho importância, dado que estes títulos são particularmente atractivos para os fundos de pensões, cujas obrigações futuras são, sobretudo, nominais.

quarta-feira, junho 29, 2005

psychic




(enquanto não consigo a música toda, ficam os 30 seg que o Lycos descobre)

She knows the future like the palm of your hand
She knows you past like the lay of the land
The first time she met me she say right through me
Some cards and a cane in here hand - and she said:

All the years that have come to pass
And all the years that shall be
I see here right before me

She said her visions were a bane in her life
She could not control them, they kept her up nights
I know what you're thinking, I haven't been drinking
She knew things that cut like a knife - and she said:

All the years that have come to pass
And all the years that shall be
I see here right before me

Will there be earthquakes and great tidal waves?
Can she see back to the dinosaur days?
How can she foresee just by squinting at me and
Can she see me naked in her mind's eye?

What does she think when she fortells a disease?
Would she keep it secret if death stood before me?
What could some cards hold, where is here foothold
Can I escape what she see? - and she said:

All the years that have come to pass
And all the years that shall be
I see here right before me



Crash Test Dummies

Name is Batista, Vitor Batista

Recebi hoje no correio o folheto do candidato do PS à Câmara de Coimbra, Vitor Batista.

Sem perder tempo com a comovente carta, de que aconselho, no entanto, a leitura, passo directamente para o currículo do candidato. O percurso pofissional foi todo feito em ambiente autárquico, começando como escriturário e acabando em cargos de confiança política. No fim do currículo podemos ler a seguinte nota (negrito da minha responsabilidade):

Nota: Em 1993 passei à situação de licença sem vencimento optando pela actividade privada, tendo exercido os seguintes cargos: Gestor de empresas, Administrador Delegado, Consultor/Economista e sócio gerente.

De seguinda vem o currículo político:

Governador Civil entre 1995 e 1999.
Gestor Público de 1999 a 2001.
Deputado à Assembleia da República desde 2001, cargo em que continuo actualmente investido.


Promiscuidade entre público e privado? Acumulações? Não! Tudo garantido na última frase da bonita carta aos cidadãos:

Pode confiar em mim. Eu sei que posso contar consigo. Em nome da nossa querida Terra e das nossas bravas Gentes.

terça-feira, junho 28, 2005

Desespero

Jovem economista, fluente em inglês e italiano, com bons conhecimentos de espanhol e nível intermédio de francês, com uma pós-graduação em Regulação Pública e a frequentar mestrado em Economia Europeia e com cinco anos de experiência profissional (um deles no estrangeiro), procura desesperadamente mudar de emprego. Aceitam-se propostas também para esta caixa de comentários.

Dois anos

É muito tempo.

segunda-feira, junho 27, 2005

A melhor vista é ao contrário


Enquanto eu não ganho coragem para lá voltar e tirar a fotografia certa, ficam as instruções para quem for:
1. Esperar pelas 4 da manhã, para que os turistas se tenham ido todos embora para Florença e nas ruas só se ouça um bando de erasmus alcoolizados e os loucos da cidade;
2. Ir para o meio da praça;
3. Deitar no chão, sem recear o efeito das pedras geladas contra as costas;
4. Abrir os olhos.

Jogo? Qual jogo?


 

O melhor dos jantares

quinta-feira, junho 23, 2005

Antes só

Passo a tarde com a casa cheia de médicos arrogantes e mal-educados, engenheiros cinzentões e assistentes administrativas de centros de saúde que fazem cara feia pelo facto de o ar condicionado estar ligado, apesar de estarem 35º lá fora.

Nestes dias percebo a benção que é trabalhar sozinho.

Corta, Cola, Sincroniza, procura claquette, escolhe essa, procura o som só, deita para o lixo, bandas A e B, etc é a montagem do Arquivo geral que suga tudo...

quarta-feira, junho 22, 2005

E-vigarice

Na última semana recebi e vi vários anúncios, nos jornais ou através do meu e-mail, de cursos financiados de e-learning. Quando vi os primeiros mails achei que era piada. Depois vi os anúncios nos jornais...

Não E-já.tempo.de.acabar.com.a.vigarice.da.formação?

terça-feira, junho 21, 2005

Coimbra, sempre na vanguarda da cópia

Descubra as diferenças entre este site e este outro.

Escolha difícil


Paris-Brest

ou


Paris's breasts?

segunda-feira, junho 20, 2005

sexta-feira, junho 17, 2005

Boa notícia do dia

Já não tenho pavor (nem medo, ne receio, nem me dá a nervoseira) de falar em público. Algum dia tinha que acontecer...

terça-feira, junho 14, 2005

Notas de um fim-de-semana no estrangeiro e com estrangeiros

1. Os bancários em Espanha entram às 8 da manhã e saem, religiosamente, às 15h.

2. Na Noruega, uma amiga, gestora de produto de uma empresa de telecomunicações, trabalha 8 horas por dia, sem horário fixo, e cada hora trabalhada a mais (controlo feito pela própria) é acrescentada ao período de férias.

3. Em Saragoça uma imigrante ilegal que trabalhe a tomar conta de crianças, das 7h às 17h, cinco dias por semana, com direito a pequeno-almoço e almoço, ganha 600 euros por mês.

4. Quilómetros feitos em auto-estradas espanholas: cerca de 500.
Custo das portagens: 0 euros.

5. Quilómetros feitos em auto-estradas portuguesas: cerca de 500.
Custo das portagens: 35 euros.

Intimidade é

partilhar um mesmo número de telemóvel durante cinco dias.

quarta-feira, junho 08, 2005

"Que foi!? É pasta de dentes."

Proponho

Que na próxima época os treinadores possam entrar em campo para marcar penalties e livres directos.


terça-feira, junho 07, 2005

Tenho dentro de um dente um pequeno anão. Chama-se Sr. Silva e desempenha a nobre tarefa de desviar a língua da trinca: de dia, de noite ou à tardinha, eis, que com os braços empurra no último segundo a língua para lá da zona que trilha. Hoje, distraído com o aspecto estrelado de uma garganta inflamada, atrasou-se no movimento. Ferrei os dentes não no naco de carne, mas no cartilagíneo pescoço do Sr. Silva. A cabeça rolou de imediato para o lado direito da cavidade bocal. Como quem coça o dentro das gengivas, manietei-a com a delicadeza de uma língua que procura. Centrei-a, e libertando do garfo o resto dos grelos com que gosto de intervalar a picanha, levei-o assim limpo e paralelo aos lábios. Onde continua agora. Á espera. Tenho à minha frente senhoras e crianças e intuo que cuspir uma cabeça de anão não me favorece para o lugar e educador de infância.


Together they would travel on a boat with billowed sail
Jackie kept a lookout perched on puff's gigantic tail,
Noble kings and princes would bow whene'er they came,
Pirate ships would lower their flag when puff roared out his name.

segunda-feira, junho 06, 2005

Acordar e encontrar o invasor


1. Una mattina mi sono svegliato,
O bella ciao, bella ciao,
Bella ciao, ciao, ciao,
Una mattina mi sono svegliato,
E ho trovato l'invasor.

2. O partigiano portami via,
O bella ciao, bella ciao,
Bella ciao, ciao, ciao,
O partigiano portami via,
Che mi sento di morir.

3. E se io muoio da partigiano,
O bella ciao, bella ciao,
Bella ciao, ciao, ciao,
E so io muoio da partigiano,
Tu mi devi seppellir.

4. Mi seppellisci lassù in montagna
O bella ciao, bella ciao,
Bella ciao, ciao, ciao,
Mi seppelisci lassù in montagna
Sotto l'ombra di un bel fior.

5. Tutte le genti che passeranno
O bella ciao, bella ciao,
Bella ciao, ciao, ciao,
Tutte le genti che passeranno
Mi diranno «che bel fior!».

6. E questo è il fiore del partigiano
O bella ciao, bella ciao,
Bella ciao, ciao, ciao,
E questo è il fiore del partigiano
Morto per la Libertà.

Prefiro as guerras de pedras no cais do sodré, às gajas boas de Alcântara. Prefiro uma bola de Berlim e uma imperial, a red bull com saladinha. Prefiro discutir com uma prostituta a ordem numa fila para o pão, que discutir a subida do I V A ou o melhor caminho para a praia da comporta, com um amigo do amigo. Prefiro fugir à polícia, a fugir aos perdigotos da pergunta: "então o que fazes?" ou da afirmação: " temos que combinar alguma coisa". Prefiro uma cidade vazia a uma praia cheia.

sexta-feira, junho 03, 2005

A tendência suicidária que transpira das afirmações apodícticas de fim de um blog, encantam-me: tanta estridência, tanto desejo de exibir a morte, tanto cristianismo...

quinta-feira, junho 02, 2005

Se pudesse era bruxo. Vestia um fato preto, tinha um escritório com vista para o mar e recebia pessoas das 14:00 às 17:00 com gelado de morango no Verão, e chá de hortelã e menta no Inverno. Falava pausadamente, tirava notas com uma caneta de tinta sépia e oferecia café quente com bolos de manteiga finos. Ás perguntas dos consultados saberia responder com segurança, certeza e sem hesitar. Falaria com tal verdade que os visitantes a reconheceriam sem mais. Ás vezes, diria o óbvio, outras o estranho e o grotesco se necessário. A gente entrava com dúvidas e saía com certezas, eu entrava às duas e saía às cinco.

quarta-feira, junho 01, 2005

Ás duas da tarde o sol vaporiza tudo. Pelo menos naquela rua. Cheia de pó e árida. Um espelho da luz incandescente do sol a pique. Bem no meio das ondas de calor: um homem. Baixote, atarracado, sem pescoço e a acartar baldes de tintas cheios areia. É pedreiro. O único no pais que trabalha às duas da tarde debaixo do calor extremo. Barriga em "b" descaído, camisa aberta até ao umbigo, cara redonda e cigarro acesso equilibrado na ponta dos lábios. A brutalidade do trabalho é contraposta pela delicadeza de fumar e pela finura do comentário. Agarra num balde cheio de areia fervente, instala-o ao ombro, dá-lhe apoio com o pescoço e roda em direcção à casa que está a construir. Um revirar de olhos, uma baforada delicada e o litro de vinho do almoço pare a primeira nota oral vespertina: "queres mais investimento, tu queres é a coroa peniana dentro da cavidade oral."