Para gravar, guardar e ver vezes sem conta a entrevista de António Borges a Judite de Sousa na passada semana. No próximo congresso do PSD, prometeu Borges, será apresentada uma moção que defenderá a refundação do Partido. Uma refundação baseada na seriedade e na honestidade. Quatro anos não são demais para a fazer. Talvez até sejam pouco. O Governo está a governar bem e enquanto assim for deve ser aplaudido e ajudado. Foram ideias fortes de uma entrevista que poderá ser o início de algo bom no PSD. A moção está a ser preparada pelo próprio Borges, por Rui Rio, Alexandre Relvas, Aguiar Branco e outros militantes considerados "sérios". Questionado sobre a participação de Morais Sarmento no grupo a resposta foi clara: no grupo só têm lugar pessoas sérias e que não andem na política por puro interesse pessoal. Todos os que o fizeram nos últimos anos não são desejados no novo e refundado PSD. Assim sendo, não se antevê que essas pessoas possam vir a entrar neste grupo. As palavras podem não ter sido exactamente estas, mas o conteúdo foi claramente este.
António Borges nunca foi figura que me inspirasse particular confiança. A ligação ao INSEAD (todos os professores do INSEAD que eu conheço têm Opus Dei escrito na testa, mas pode ser só coincidência...) e o Sebastianismo que o próprio foi alimentando em entrevistas a jornais ao longo dos últimos anos contribuiram para isso. Mas talvez tenha que mudar de opinião. Parece que temos homem! A recusa em descartar a hipótese de se candidatar a primeiro-ministro em 2009 e a forma simpática como disse que Marques Mendes é um homem sério mas sem carisma parecem indicar grande ambição. Duas dúvidas subsistem: o grupo dos refundadores sérios será aclamado, ignorado ou insultado no próximo Congresso do PSD? E se for aclamado, como é que a seguir vai explicar aos que o aclamam que não são sérios e por isso não são desejáveis no PSD que acabaram de aclamar?
1 comentário:
PRÉMIO "IMPORTA-SE DE REPETIR?"
Gabardina wrote:
"Segunda-feira, Março 28, 2005
O Borges
Para gravar, guardar e ver vezes sem conta a entrevista de António Borges a Judite de Sousa na passada semana. No próximo congresso do PSD, prometeu Borges, será apresentada uma moção que defenderá a refundação do Partido. Uma refundação baseada na seriedade e na honestidade. Quatro anos não são demais para a fazer. Talvez até sejam pouco. O Governo está a governar bem e enquanto assim for deve ser aplaudido e ajudado. Foram ideias fortes de uma entrevista que poderá ser o início de algo bom no PSD.
A moção está a ser preparada pelo próprio Borges, por Rui Rio, Alexandre Relvas, Aguiar Branco e outros militantes considerados "sérios". Questionado sobre a participação de Morais Sarmento no grupo a resposta foi clara: no grupo só têm lugar pessoas sérias e que não andem na política por puro interesse pessoal. Todos os que o fizeram nos últimos anos não são desejados no novo e refundado PSD. Assim sendo, não se antevê que essas pessoas possam vir a entrar neste grupo. As palavras podem não ter sido exactamente estas, mas o conteúdo foi claramente este.
António Borges nunca foi figura que me inspirasse particular confiança. A ligação ao INSEAD (todos os professores do INSEAD que eu conheço têm Opus Dei escrito na testa, mas pode ser só coincidência...) e o Sebastianismo que o próprio foi alimentando em entrevistas a jornais ao longo dos últimos anos contribuiram para isso. Mas talvez tenha que mudar de opinião. Parece que temos homem!
A recusa em descartar a hipótese de se candidatar a primeiro-ministro em 2009 e a forma simpática como disse que Marques Mendes é um homem sério mas sem carisma parecem indicar grande ambição.
Duas dúvidas subsistem: o grupo dos refundadores sérios será aclamado, ignorado ou insultado no próximo Congresso do PSD? E se for aclamado, como é que a seguir vai explicar aos que o aclamam que não são sérios e por isso não são desejáveis no PSD que acabaram de aclamar?
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