quarta-feira, julho 02, 2008

O SLB enquanto vítima de violência doméstica

A grande vitória do agressor não é bater no agredido - esse é, aliás, apenas um sinal de fraqueza. O agressor vence quando consegue incutir no agredido um sentimento de culpa que o impede de se revoltar, de lutar contra a agressão ou de a denunciar.

Da mesma forma, as vitórias de FCP e Pinto da Costa sobre o Benfica e o futebol não são os subornos, as manobras de manipulação de instituições, nem sequer as vitórias "desportivas" que a corrupção lhes garante - comprar árbitros é apenas sinal de fraqueza.

Vitória do FCP/Pinto da Costa é quando os benfiquistas se começam a convencer de que a corrupção e as derrotas são culpa do Benfica. Dos seus dirigentes, treinadores e jogadores.

Não digo que o Benfica não cometeu erros - as vítimas de violência doméstica também não são perfeitas - mas a confusão entre erros e merecimento da violência é errada e é, exactamente, o objectivo do agressor.

O agressor vence quando vejo auto-intitulados Novos Benfiquistas a assumirem a culpa, omitindo ou desvalorizando a agressão.

O FCP vence quando, ao mesmo tempo que cresce a culpa no agredido, a pequena réstia de consciência do agressor é completamente ignorada. Vence quando se consegue convencer de que não bate e de que é, na verdade, a vítima.

O que se passou no futebol português nos últimos 30 anos é mais do que evidente. Não precisamos de quinhentinhos, cafés, fruta nem Calheiros como prova. Todos os que vêem futebol sabem.

É inaceitável e isso é independente dos erros do Benfica.

O Benfica precisa de um psiquiatra e de um serviço de apoio à vítima. O Benfica precisa de benfiquistas com nova força e coragem e não de Novos Benfiquistas. O Benfica e o futebol precisam de honestidade e justiça. Dos treinadores e jogadores falamos depois.

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