sábado, julho 26, 2008

À beira-mar plantado

Há um qualquer significado escondido em tudo isto ou não me tenham outro dia diagnosticado paranóia e mania da perseguição. Disso não me restam dúvidas, até porque raramente as tenho (ou me lembro delas, graças ao Alzheimer) e nunca me engano (ver ponto anterior). Demasiadas consequências (chuva em novembro, natal em dezembro), demasiadas coincidências (cai neve em nova iorque, faz sol no meu país)... chamem-lhe o que quiserem e concordem em discordar mas apenas na terminologia (ou na liturgia, homília, demagogia, aerofagia), que de resto é apenas acessória (quem diz "acessória" quer normalmente dizer "essencial" mas escreve "axeçória", graças ao novo acordo ortográlhico). Qual é a grande diferença entre sacrificar uma virgem a um vulcão ou no voto de castidade? O desperdício é o mesmo e mais valia irem representantes dos mais dignos sectores de actividade do nosso país, como políticos, deputados, presidentes de câmara ou de clubes de futebol a estagiar em Londres (o presidente, não o clube) ou daqueles condenados a continuar a vender fruta de dormir, juntamente com alguns turistas-mais-mediáticos-que-deixam-dois-filhos-a-dormir-e-ups-esta-está-morta-leste-bem-o-folheto-informativo?-eu-sou-só-mãe-tu-é-que-ias-ser-ministro-da-saúde-deixa-lá-pode-ser-que-ainda-a-raptem. Afinal escolhemos uma democracia representativa e cada um tem aquilo que merece. E, mais a mais, para uma virgem há remédio, para a corrupção até agora não, pelo que seria de tentar o vulcão (rima e é verdade). The thing is, bottom line, the truth is out there, mesmo depois dos Ficheiros Secretos terem acabado e de já não ver televisão há 4 meses! Para quem a quiser ver, a verdade e não a televisão (sim, estou a sofrer de privação), para quem não se resignar a aceitar os dogmas da tradição (como por exemplo que o sol nasce todos os dias e, quando o faz, é para todos - vide hoje) e estiver disposto a ver um pouco mais além (mesmo sem a ajuda de psicotrópicos, legais ou ilegais). Sem cair na tentação da seita (ver portistas) ou assumir a postura do pragmatismo terra-a-terra (ver sportinguistas), lentamente as peças do puzzle caem no seu lugar (ver plantel do Benfica, campeão em 2008/9). Da sociologia à geologia, da física à psicologia, da biologia à economia, do horóscopo da Dica da Semana (grande fã!) ao estudo da influência nefasta do carbúnculo na precessão dos equinócios, os limites do conhecimento humano expandem-se (ao contrário do poder de compra e estabilidade social e acompanhando a inflacção, as taxas de juro e o desemprego) e as barreiras onde engavetámos as disciplinas dissolvem-se, tornando tudo num grande puré de batata cósmico (a Grande Teoria do Tudo, com a resposta à pergunta fundamental sobre a Vida e o Universo, que qualquer boa alma que tenha lido Douglas Adams sabe que é 42 e que o que verdadeiramente falta é, como sempre, a pergunta). Com grumos, para chatear aquela malta arrumadinha com pretensões à perfeição. Aproveitando as lições da História, porque nem tudo o que é passado é mau (vide Eusébio) e nem tudo o que é mau é Salazarista (vide LCDs da Quinta da Fonte), mas sem ficar preso ao presente (até pela irritante tendência que este tem para passar de moda), existe uma atracção inexorável para a mudança que acelera vertiginosamente (certamente pelas magníficas autoestradas pré-eleitorais, mas a pé porque não há dinheiro para a gasolina, quase vazias pela concorrência do TGV e OTA que admiramos embasbacados e orgulhosos de fora porque não há dinheiro para bilhetes) em direcção ao futuro, certamente simpático no modo como nos oferece uma reforma adequada aos cargos de gestão e política que todos tivémos e onde fizémos pela vida seguindo o lema de um por todos e cada um por si, com os PPRs que encarecem o petróleo, seguros de saúde para pagar o risco de termos privatizado a saúde e seguros de alimentos porque alimentos seguros já não há.
Valha-nos a certeza das estações, com este Verão incrível que temos tido!

Sem comentários: