segunda-feira, abril 03, 2006

tralha

Gerir os créditos junto da pessoa com quem se vive, perdê-los,ganha-lo ou aplica-los, revela o doce vício pequeno-burguês de reproduzir na esfera privada as relações comerciais em que é mestre na sua esfera pública. Trazer a contabilidade para o amor é não só dar à ciência das contitas uma função que ela nunca pediu, como assumir o mais doce charme da burguesia.

2 comentários:

Anónimo disse...

O pequeno-burguês sabe intuitivamente que não há almoços grátes.

Por isso estabelece um sistema de crédito junto da patroa para saber se quando chegar a casa come feijoada ou uma sandocha.

Ele não reproduz na vida privada as relações comerciais que vive profissionalmente, mas são estas relações comerciais que se baseiam no móbil básico do relacionamento humano: o egoísmo.

Quem achar que um relacionamento pode ser livre desta inevitável relação de troca, está a caminhar para o abismo.

Mário Almeida disse...

o egoísmo no amor não só é bom como é necessário