quest'altr'anno giocherà con la maglia numero 10
Foi há quinze anos. Com o meu primeiro cartão jovem vinha uma revista. Nessa revista uma reportagem sobre o novo grande craque do Benfica. Acho que ainda jogava no Fafe, por empréstimo. Lembro-me que falava do seu benfiquismo e no seu primeiro carro, um opel corsa. Pouco depois ganhou o mundial de juniores em Lisboa e tornou-se conhecido do mundo da bola. Guardei a revista durante anos.
Demasiado cedo saiu, contra a sua vontade, para a Fiorentina, porque o Benfica precisava do dinheiro da transferência.
Em cada ano (doze? treze?) houve o sonho do regresso. Seu e nosso.
Na memória sempre um dos festejos de golo mais emblemáticos da história do futebol, depois da marcação do penalty decisivo na final do mundial de juniores (só comparável ao de Tardelli na final do mundial de 82). Aquela tarde em que as televisões italianas passaram vezes sem fim um toque de calcanhar que fintou três adversários. O passe dos 4-4 em Leverkusen. O golo pela Fiorentina no estádio da Luz, seguido de lágrimas. Os benfiquistas não esperavam outra coisa: o golo, pela honestidade; as lágrimas pelo benfiquismo.
Vê-lo a entrar no estádio da Luz, com o "10" nas costas da camisola vermelha, vale mais arrepios e emoção que qualquer Liga dos Campeões. Mesmo que fosse só por um minuto, tinhas que voltar.
Gostava de ser repórter de televisão, para fazer uma só reportagem. Uma peça sobre o Rui Costa. Com esta música em fundo. Um reportagem que se resumiria em quatro palavras: coragem, altruísmo, fantasia, Benfica.